domingo, 29 de julho de 2007

quase um eu

a pena que me escreve
desconhece margem
faz linha e solta pipa

quinta-feira, 26 de julho de 2007

vida que segue

cego de guia
coração aflito
procura cão sem dono

quinta-feira, 12 de julho de 2007

"nosso povo"

galhos prestam-se ao vento
agora sem o tronco
agora com um tempo por inventar
agora sem a medida da desculpa
agora com o peso da palavra nova
agora como quem prova a prova
agora como quem continua
como que se despede
implacável vento das distâncias
vento das correntes frias
aquilo que bem se quis
aquilo que bem se queria
o tronco que resiste ao vento
e mesmo posto o póstumo
imprime o seu legado
de se fazer amor
pra se querer amado

quarta-feira, 4 de julho de 2007

sobre ninguém

tudo parecia parado
entre lados, ninguém
ninguém estava em casa

horizonte

entre uma indistinta linha
o que parece que começa
o que pensa que termina.