terça-feira, 29 de junho de 2010

gol é assim
grito, grito e enfim
um respiro
e o jogo continua

genealogia de uma luz breve

a chama da vela
já foi pólvora-madeira
em atrito
é disso que vivo
tem o dito e o não dito
(...)

domingo, 27 de junho de 2010

entre o que o vento leva
e o que ele traz
um eu jaz

quarta-feira, 23 de junho de 2010

um amigo belchior
canta comigo
coisas de um rapaz

sexta-feira, 18 de junho de 2010

sobre o muro
uma estreita passagem
pra ficar por ali
vendo a vida

terça-feira, 15 de junho de 2010

o que disse, não disse
faz de conta que senti
um aperto, um eclipse

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Diz Nietzsche:"A má consciência é para mim o estado mórbido em que devia ter caído o homem quando sofreu a transformação mais radical que nunca houve, a que ele se produziu quando se viu acorrentado à argola da sociedade e da paz. À maneira dos peixes obrigados a adaptarem-se a viver em terra, esses semi-animais, acostumados à vida selvagem, à guerra, às correrias e aventuras, viram-se obrigados de repente a renunciar a todos os seus nobres instintos. (página 78. A genealogia da moral, Lisboa, Guimarães Editores, 1976).

Dizem da vida corrida desses dias atuais. Atiram na velocidade, na aceleração das experiências que compartimentalizam os momentos. Veio-me outra possibilidade: não se trata fundamentalmente de aceleração, mas principalmente de percurso.

sábado, 12 de junho de 2010

vinho é uma cor
em saber do sabor
vinho é um calor
me deste um seio
botei na boca
o leite se fez sopa

sexta-feira, 11 de junho de 2010

a cor da terra nágua
nasce ali o tom do barro
escrita pode ser jarro
Digo aqui de um novo marcador desse espaço, que hoje também ganhou o que o sistema blogger chama de design. Assim; outro desenho para nossas vistas. Pois bem, de desenho novo, encaminho uma vontade de alguma filosofia aeróbica, que passo a chamar de flexões com Nietsche. Demando oxigênio. Abraço!

sábado, 5 de junho de 2010

em todo dedo dado
pulsa um anel
roubado
para ser, apenas,
basta uma vela acesa
caneta, papel e mesa

terça-feira, 1 de junho de 2010

vulcão refrigerado

um cinema-colírio
lava os olhos d'alma
com a larva-capital