segunda-feira, 21 de novembro de 2011

inventar uma língua
entre línguas, linguagens
o amor pede passagem


pra você!

sábado, 19 de novembro de 2011

OCUPANDO O INFINITO


Simplesmente parecer
parece simples
mas ninguém nos ensina fazer,
foi assim,
muito por sentir
e quase sem querer


(pra você)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

por dentro

quando se está, se conta
a derme com derme desliza
aquilo que se abre
é aquilo que se precisa

pra você!



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

o trabalho do amor
faz do pai um filho,
de um filho; um avô
faz do sonho um fio
no fio a vida passando
sua energia, sua sensibilidade
quando o amor trabalha
a graça abençoa o tempo
e se faz aniversário todo dia
a alegria do merecimento
o espanto de quem cresce
é ser sempre pequeno



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quando se atravessa uma rua,
alguma rua também lhe atravessa.
Algo como o avesso, do avesso, do avesso
como amar aquilo que desconheço.
Em você, muitos cruzamentos.
Em Sampa; um novo endereço

terça-feira, 15 de novembro de 2011

eu quero uma poesia sem valor
melhor, quero um valor que eu desconheça
para saber do quão você me quer
para que eu lhe queira
e lhe desobedesça

eu quero poder querer de um jeito estranho
diferente de mim e de você
e sendo o desubicado de nós dois
estranhamente poder dizer
eu sou apenas um rapaz,
e você?
a beleza de lhe ler
não me desperta atributos
fluxos do querer distraído
como é bom, lhe ser
querido

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os dias nadam. Essa é sua condição de existência. Não gostam de possuir 24 horas, 1440 minutos ou esse equivalente em segundos. Esse é um batismo nosso aos dias, mas eles não cansam de nos dizer, do quão é impróprio essa nomenclatura. Os dias são assim braçadas que se dão para a noite, pela tarde; mergulhos na madrugada e nados de costa para ver o sol nascer, quando um horizonte se faz e se desmancha.


Mas não é fácil perceber que os dias nadam e ainda mais difícil entender como eles nadam. Cabe a ressalva; não há porque para esse exercício. Ontem aprendi um pouco como os dias nadam. Você me deu essa oportunidade. No começo os movimentos me deixavam inquieto. O que isso pode querer dizer? Não encontrava respostas e o dia nadava como se eu não existisse, mas sabendo ele de mim. Foi que lembrei de Bilal. Foi que lembrei da persistência convicta de que nadar é preciso e impreciso ao mesmo tempo. Foi que vi que nadando os dias apenas nos convidam a passar com a vida. Meu corpo foi se aquietando e talvez tenha ganho o movimento daquele dia, que hoje podemos chamar de ontem, mas aqui entre nós, ele, os dias, não gosta disso. Ele é o mesmo todo dia ou seria apenas algo como um futuro do pretérito num presente contínuo.

Olha que coisa engraçada ou como a nossa percepção nos trai. Se diz diariamente por aí que “nada como um dia após o outro”. Pois bem; é isso que os dias fazem: nadam sempre. Que hoje seja mais um dia de mar pra você, com os sons das ondas por perto para lhe agradar a alma. Saber disso, já me faz ouvir ao longe, um pouco dessa música e rir sem querer e querendo!

Hoje em mim, os dias nadam!

Boas braçadas, bem bem!

..

domingo, 13 de novembro de 2011

o
segredo
do
universo
do
outro
lado
ele
é
o
inverso
ao ser ser-vo
o cuidado da obra
no ser-vente

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

entre 4 paredes

olhos acesos, dedos excitados
é madrugada e escrevo
lhe vejo por todo lado

A graça


alguma promessa
vaga a breve sobra
uma restia de luz
uma fresta que vislumbra
aquilo que já fiz,
quando mar
como deixar de ser feliz?

alago seus pés,
subo maré por suas pernas
o ponto do sorriso
vem meu bem e
me faz esse mal,
ante a tua pele, junto do teu corpo
escorro, sou água, sou sal

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

para que saiba
que todo saber
sabe de algo
sem saber de si,
exatamente.
efeito de encontros
que nunca serão
decompostos
em seus afetos,
seus fluxos,
suas formas e modos.
sendo eu
de algum modo um algo
sei de algum modo
que todo modo carece
de olhos se batendo
mâos se tocando
vontades se abraçando
para ter beleza singular
na pluralidade que lhe
dá corpo.
Assim do encontro
se faz um mundo
onde o fazer
reverbera,
onde olho e linha inscrita
namoram e são nele
a melhor companhia
para cruzar o infinito
de cada presente.
Tenha meu beijo!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

um corte n'alma
um veio que escorre
a mão, sua palma
a calma que explode
por dentro do fora
ali, agora