segunda-feira, 21 de maio de 2007

Quando nada me falta

Amor eu sinto a sua falta. E a falta é morte da esperança. Como o dia em que roubaram o seu carro,deixou uma lembrança (Nando Reis)


Filosofias ligeiras alimentam o contemporâneo. Coisas para pensamentos rápidos, sentimentos breves e sensações quanto mais intensas melhor. Se já foi pior, não sei. Sei, entretanto, que não gosto de sentir falta do que não tive. Acho que não consigo. Alimentar esperanças parece em vão, mas o que não parece hoje em dia? É preciso alimentar o peixe no aquário, como é preciso se alimentar do peixe do rio. Estranho isso. Esse mine-tanque com esse peixinho satisfeito, andando pelos mesmos lugares dessa caixa de vidro. Não pensa esse peixinho. Sequer cogita a existência do rio, de onde me vem essa tilápia, agora torrada, posta sobre um prato onde já está um punhado de farinha. Algo para tirar o gosto de algum desgosto ou de outro gosto que precisa ir. No aquário isso não passa. O peixe que nada sempre nos mesmos lugares não pensa, não desgosta, não sente sequer sensações intensas. Algumas vezes sinto estar num aquário. Lembro que andei e por onde andei e o aquário desaparece. Parece mágica, mas nada me falta!

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