terça-feira, 29 de maio de 2007

A visibilidade da ética

Breve pesquisa no sítio da livraria Cultura e ta lá: 114 títulos encontrados pelo autor ALVES, RUBEM. Já li um ou outro. Mas não é esse fenômeno de publicação que me faz falar de ALVES, Rubem. É antes o que ele escreveu em sua coluna do Jornal Folha de São Paulo de hoje. Lá discute a ética do anjos e a ética dos homens. Quer mesmo cutucar com vara curtíssima a igreja católica, mas esse é um problema dele. O meu é tentar pensar aqui alguma coisa que atravesse esse modo Rubem de colocar o problema.
A intenção do escritor é contrapor o mundano ao celeste e dizer da opção do Papa Bento 16 pelo céu. Entretanto seu artigo é curto, rápido e a gente fica sem saber se o mundano é imperfeito por natureza ou se nossos males são obras da história das relações miúdas e interesses privados e pequenos.
Diz ele: “A revelação desce de cima, é divina e completa. A igreja raciocina de cima para baixo, dedutivamente. Quem tem a revelação não precisa investigar. A experiência, ao contrário, começa de baixo, é humana, sem certezas. Mas está decretado que pensar a partir da experiência é heresia. Roger Bacon (século 13), um dos precursores da ciência, amargou 15 anos na prisão por afirmar que o conhecimento vem pela experiência”.
Pensar a experiência é que há de bom, já que não se pensa o conselho. É um caso de aceitação ou negação. Já com a experiência é diferente. Ela não se repete. Daí a ética aparecer nessa conversa.
A ética há de fazer referência a experiência, mas qual? Devo pensar a minha experiência, a experiência alheia ou a experiência com o outro. Em que lugar a experiência pode ser pensada? Em que momento ela se dá ao inusitado que o pensamento produz? Ética: há que se falar muito nisso ainda, sem que cada mundinho perca seu sono intraquilo por esses universos de ninguém.

Artigo do Rubem Alves no http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2905200704.htm

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