sexta-feira, 22 de junho de 2007

Falar e desaparecer no outro

Capengam a filosofia e a amizade no contemporâneo. Tudo parece imbuído de um valor que se destina a um uso ou a uma troca. Estranho como nos entregamos facilmente a essas artimanhas. Lutamos por elas. Sobrevivemos nelas.
Nem sempre foi assim. Não precisa ser assim sempre. Em muitas situações da vida, a dimensão competitiva pode ser subtraída. Uma fala, um gesto, um carinho podem apenas desaparecer suavemente naquele a quem se destinam, sem que a necessidade de um troco ou correspondência instale um processo de carência. Uma maneira de resistir à cobrança a quem quero bem precisa aparecer nas relações entre as pessoas. Nem tudo que vai, precisa voltar. Afetos passageiros não demandam terapêuticas. Vão-se apenas. Outros aparecem. Conversar, falar com alguém é fundamental. Desaparecer no outro é vital.

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.

Andressa disse...

Nossa...Interessante texto, e curiosa a idéia do passageiro, já que é diferente doq que se quer geralmente que é ser duradouro na vida de um outro q se gosta, perdurar um laço de amizade, "ser para sempre", se fosse possível.

Não sei se essa dimensão do perdurar, de se fazer presente, de manter a relação é tida como disputa, ou competitiva, mas de certa forma, há aquela sensação de que tenho q fazer mais q outro para me destacar na vida desse alguém, nesse ponto até concordo.

Porém, sua última frase, "Desaparecer no outro é vital", não sei... isso me frusta. Talvez por dar conotação de "morte" da minha representação a alguém, e por isso não acredito q tenha q ser vital.

De certa maneira convivi com essa passagens de diversos amigos e que nehum perdura, e por sua vez muitos aparecem e somem ao mesmo tempo, sendo q as vezes apesar de poder manter ou resgatar os que tinha ou ainda restam, não se daria conta ou se valera a pena. Estranho... Talvez por isso tenha sido tão crítica e ao mesmo tempo tenha me identificado com seu texto.
Inté

Kleber disse...

oi andressa. sumir faz parte. tem coisas que a gente quer que sumam. outras que jamais desapareçam. tem a intensidade do capitalismo contemporâneo que multiplica a forma desses afetos, dessas sensações. entretanto, não tem jeito, mesmo o sólido se faz líquido, se faz fumaça, desaparece. abraço!

Kleber disse...

desconsidere a frase "outras que jamais desaparecem". abs.