sexta-feira, 8 de junho de 2007

Quando o Santo desconfia

Era meu amigo, o Santo. Pelo menos nos tratávamos assim. Foi que um dia, uma cara que fiz, estranhou seus pensamentos. Não era um dia bom pra ele. Acordou antes da hora e sonhou com o que não queria. Cismou então o Santo que precisava entender aquela minha feição. Nela estaria sua resposta para o dia ruim. Nada me perguntou, entretanto. Preferiu o indício. Investigou em nossa memória conjunta os pontos de afastamento. Ali encontrou respostas. Aliviou-se. Bastava me comunicar.
Nos dias seguintes, me respondia entre o desleixo e insolência: “Olha hoje não posso”. No outro dia: “Sabe, tá complicado agora”. No terceiro dia não lhe remeti convite. Não lembro da cara que fiz, mas sei que foi ela a grande esmola para o definitivo sumiço do amigo Santo. Fim de festa.

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