quarta-feira, 27 de junho de 2007

saber da viola e da violência

Há um verso do cancioneiro nordestino que diz da necessidade de saber da viola e da violência, dentre tantas outras coisas que principiam e fundamentam o viver. Digo isso para fazer referência ao caso da mulher-doméstica-mãe, agredida por um grupo de jovens-estudantes-bandidos na cidade do Rio de Janeiro.
Vi a conversa sobre essa agressão na Globo. Sensacionalismo sobre tudo. relações com outros interesses da vida nacional, mas o interesse maior em questão era da Globo. Não quero falar da globo aqui-agora. Quero daquilo que viola a vítima e da violência que toca o violento após o crime. Digo crime, porque parece que tudo já está julgado e acertado, tendo por referência uma moral que paíra sobre a realidade e faz manchetes para serem saboreadas nas conversas cotidianas.
Logo o mundo cristaliza a mulher e os rapazes. Logo a pena da vítima se estabelece, assim como a virtual penalidade para os agressores. A situação ganha em sentimentos e esses turvam a percepção. Essa cena é comum. Não deveria ser manchete. Deveria por ofício ser estatística.
Quem se beneficia com essa discussão, do modo como está sendo feita? Não é a mulher agredida. Ela não vai ser convidade para posar em revistas masculinas e ganhar o seu milhão se transformando num ser sorridente. Volta daqui a alguns dias para o seu vasto ou diminuto mundinho, de onde quem sabe, possa ser resgatada numa próxima peleja entre "o diabo e o dono do céu".
Abraço!

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