quinta-feira, 14 de junho de 2007

sensações de uma greve

Servidores públicos do br.gov encaminham greves em vários setores dos serviços públicos. Parece febril o movimento. Sou servidor público. A categoria a qual pertenço ainda não decidiu pela greve, mas tenho a sensação que já decidiram por ela. Sou professor da Universidade Federal de Sergipe e lá, primeiro os servidores e agora os alunos deflagraram o grito de greve. O primeiro não me fez muito eco. Já o segundo não consigo entender.
Segmentos dos movimentos institucionalizados da ultra-esquerda nacional parecem continuar a desconsiderar aquilo que diz, mas é silêncio. Num conjunto de 10 mil pessoas, se 1000 participam de uma decisão, ela é legítima, pois os demais foram convidados, mas não apareceram. Mas o que pode essa decisão? De imediato afastar do embate a maioria dos potenciais interessados. A vida da política que busca resistir à sanha liberal contenta-se em ser vanguarda, mesmo que em vão.
Isso é triste. Uma decisão triste. Uma decisão sem virtudes. Uma decisão por palavras de ordem que não se sabe ao certo a razão de repeti-las ou mesmo de qual ordem elas falam. A repetição da fórmula ensaia novamente o drama do último suspiro revolucionário. A diferença é sepultada, pois o diferente é excluído ao longo do processo. Mas isso que digo não passa de sensações que me atormentam. Tenho também meus interesses nesse processo. Não queria ficar em casa. Queria ir lá, dá as aulas que me demandam, falar coisas que me incomodam, ver gente circulando, indagar sobre o indisposto, falar de vultos que assombram a memória da psicologia. Não queria ficar em casa, mas isso já é uma outra história. Há outros lugares para ir. Aqui em Aracaju rola uma linda festa junina. Comidas apetitosas. Clima ameno. Forró de muitas caras e gostos. Não vou ficar em casa. Irei menos à UFS. Quem irá a UFS?

2 comentários:

Andressa disse...

Com certeza quase ninguém vai a UFS, a não ser aqueles que se dizem instigados pelo movimento, pela ideologia, mas doq adianta tudo isso se não um engajamento em massa, e mais, será mesmo que estão tão interessados, ou será mais uma maneira de melhor se colocarem ante a muitos como uma chapa revolucionária do DCE, "aquela q entrou de greve antes dos professores"...? Essa é a vanguarda por vc comentada.

Mas se vc quer dar aula, pq não dar? Há quem dê argumentos para ter de dar tais aulas, mas se existe simplesmente a vontade e o interesse e se, claro, existirem interessados, pq não né? O fato é concordar ou não com essa tal greve, com tal movimento... Tem professores que entram, apoiam e fazem jus; outros não dão aula só pq é greve, n tem aula, respeitam a decisão de uma maioria d ealunos, mas será que essa tal democracia precisa tanto ser respeitada? Sei não...

Ah, e com certza, tem-se a opção dos forrós, afinal, está claro que esta intenção está mais do que diluida nos muitos "a favor da greve" na votação das Assembléias.

Pois então, façamos nossas opções, ou fiquemos de fato em casa, quem sabe outras alternativas, né?
Inté

Anônimo disse...

pois, acho que seja por ai mesmo. mas aqui são comentários, apenas comentários. No que me toca, não gostaria de entrar em embates com os estudantes. Mas não concordo com a greve. Acho fora de questão. Mas valeu a visita e as reflexões. Apareça sempre!