segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os dias nadam. Essa é sua condição de existência. Não gostam de possuir 24 horas, 1440 minutos ou esse equivalente em segundos. Esse é um batismo nosso aos dias, mas eles não cansam de nos dizer, do quão é impróprio essa nomenclatura. Os dias são assim braçadas que se dão para a noite, pela tarde; mergulhos na madrugada e nados de costa para ver o sol nascer, quando um horizonte se faz e se desmancha.


Mas não é fácil perceber que os dias nadam e ainda mais difícil entender como eles nadam. Cabe a ressalva; não há porque para esse exercício. Ontem aprendi um pouco como os dias nadam. Você me deu essa oportunidade. No começo os movimentos me deixavam inquieto. O que isso pode querer dizer? Não encontrava respostas e o dia nadava como se eu não existisse, mas sabendo ele de mim. Foi que lembrei de Bilal. Foi que lembrei da persistência convicta de que nadar é preciso e impreciso ao mesmo tempo. Foi que vi que nadando os dias apenas nos convidam a passar com a vida. Meu corpo foi se aquietando e talvez tenha ganho o movimento daquele dia, que hoje podemos chamar de ontem, mas aqui entre nós, ele, os dias, não gosta disso. Ele é o mesmo todo dia ou seria apenas algo como um futuro do pretérito num presente contínuo.

Olha que coisa engraçada ou como a nossa percepção nos trai. Se diz diariamente por aí que “nada como um dia após o outro”. Pois bem; é isso que os dias fazem: nadam sempre. Que hoje seja mais um dia de mar pra você, com os sons das ondas por perto para lhe agradar a alma. Saber disso, já me faz ouvir ao longe, um pouco dessa música e rir sem querer e querendo!

Hoje em mim, os dias nadam!

Boas braçadas, bem bem!

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