segunda-feira, 28 de maio de 2007

As chaves do Chávez



Divagando sobre um meu Flamengo que não consegue perder para o Botafogo, percebo-me sonhando com a Venezuela e as chaves que o Chávez apresenta ao mundo. Sou fã do Chaves Sem Querer Querendo - o melhor do SBT - e ando nutrindo alguma admiração pelo Chávez Hugo de si. Não é que ontem o homem lacrou a Globo de lá.
Pelas Globos ainda no ar, vejo o acontecimento remoer nas entranhas dos apresentadores e repórteres. Homens de preto e cinza gritam pela liberdade que se perde, como gritavam quando o Saddan ainda saddanizava nas areias do Iraque. Está melhor hoje a vida lá. Vai saber, mas quem pergunta? Não perguntam também na Venezuela. Mostram supostos artistas a chorar e a lamentar o tal impedimento. Vale lembrar que lá como aqui, o direito de teletransmissão é concedido pelo bem público. Quem já propõs plebiscito para ver quem fica no ar por aqui. Nunca escutei tal proposta. Não se fala disso por aqui.
Bom, não falam pois esses jornalistas-apresentadores são antes atores. Representam uma ideia de idoneidade jamais posta em questão. É como se a justiça se reinventasse a cada dia e em cada sílaba que cospem para a câmera que lhes mira. Ali estaria a essência da verdade que não se permite respirar além da telinha. Hábito é uma mer........cadoria preciosa.
Nem todos são picaretas, mas todos trabalham agudamente pela manutenção da crônica dos mundinhos mumificados, presos ao controle remoto de teclas limitantes e limitadas. Poderiam eles ou poderíamos nós aprender a lição de que quem fala só e para si, um dia verga ao próprio discurso. Caí pra dentro, para onde sempre olhava. Mas aí são muitas cifras, cardápios raros e mesas reservadas para muito poucos. Abraço gente!

Um comentário:

Andressa disse...

Olha só!Tudo a ver com o livro "Sobre a televisão" de Pierre Bourdieu, tudo a ver com o pensar sobre o que se quer falar e o que se permite falar. Pois é, num é que o que o tal do Chavez fez, de alguma maneira, não sabemos se fez alguma diferença, noq diz respeito a "democracia"? Já que antes mesmo, possivelmente, tudo que se expressava num determinado canal, era nada mais oq se permitia falar. Quem vai saber se era de fato oq a maioria queria expressar?